novembro 09, 2006

de olhos abertos

insônia de noites uivantes de outono
ocorrem a cada virada da lua
frio cortante inibindo a quietude do corpo
convidam a companhia de um bom cálice de vinho tinto

vozes que acompanham caladas a discussão infrutífera
dentro de um quarto vazio

insônia de pensamentos
passagens pelas aragens de um lugar sem tempo
as estátuas frias com seus véus esvoaçantes
são as únicas a colorir o espaço do quadro negro

quebra cabeça de formas pontiagudas
cortam a massa cinzenta e em câmera lenta
enquanto procuro pelas crateras da lua que parecem aumentar sua profundidade ao olhar.
fixo e castanho

convido-a para uma conversa à toa,
mas ela se esquiva, se derrete com o chegar dos tons rosados das horas que passaram
não tem importância, aguardo pacientemente por sua virada e sua companhia numa dessas outras noites sem tempo que virão...

Um comentário:

Lulu disse...

Luiza, seu blog é o mais filosófico e incompreensível que já li. Como está?