novembro 05, 2006

brisa do leste

a brisa vinda do leste indica a hora do vôo, a hora de se trocar os caminhos e pensar na viagem mais colorida. primavera chegou e com ela novos cheiros invadem a casa...
o caminho torna-se mais leve, mais cômodo, mais fresco... o cheiro ocre de terra molhada se torna mais vívido.
vê-se um oásis em meio aquele deserto amarelado e gasto, novas conjunturas astrais se formaram, enterrando de vez a estrela reluzente nessa areia que corta os pés e rostos...
o mentor decidiu, após um tempo sem fim sentado no monte ao léo... existe a terra úmida, existe o cheiro de damas da noite, existe uma terra fértil logo ali, há alguns milhares de quilômetros e vale à pena percorrer este caminho.
as forças já não ladram mais no meio da noite, também não se comportam ao mando de seu mestre, mas entendem a mudança do caminho...mantém-se à espera de um deslize para ladrar, correr, morder, enfim, fazer o escarcéu que praticam há anos a fio... seu mestre sabe disso, e parece mais atento a este novo comportamento de suas belas tigrezas... seus filhotes cresceram e procuraram por novas aragens, ele tenta seguir as marcas deixadas por suas patas, sabe que por elas desenham outro caminho possível de sair deste deserto...
lembra da estrela com carinho, com a consideração de deixar um teusouro escondido aos olhos do mundo, de voltar às terras úmidas sem sua glória, sem seu prêmio que tanto lutou por ter. mas tenta voltar com a cabeça erguida, com a segurança de que o caminho traçado lhe trouxe o maior dos presentes: racionalidade. pode não ser a medida perfeita, mas se mistura facilmente ao mar de emoções incontroláveis que carrega dentro de si. é a pitada essencial para o começo de uma nova terra. é a semente que crescerá como um pé de feijão... será? nem tanto, mas quase isso. só mais alguns milhares de quilômetros...

Um comentário:

Unknown disse...

gosto disso, viajei na maionese, me parece tão conhecido que arranca um sorrisinho de canto de boca, racionalmente colocado, é claro..

bijo menina