agosto 23, 2006

respostas de cá

não adianta,
os destroços da tempestade estão aí, flutuando nos lagos, nos mares, soltos e remexidos na terra.
No momento em que se vê esta insólita paisagem, as lembranças de dias tranquilos vêem à tona...tomam forma e a vontade de se manter inteiro se desmancha.
Um bichinho de pelúcia, com um lacinho vermelho no pescoço, sujo de terra, intacto da destruição, no meio da casa no chão, me desmorona.
Apenas uma visão do que era antes, a lembrança do que se passou a pouco tempo, a dor que isso trouxe, me faz pensar em sumir desta terra de deus. Apenas um encontro com o passado, com os sonhos rasgados, me faz querer desaparecer na névoa...
Palavras que não conseguem ser ditas, engasgadas dentro da garganta, não apresentam nenhum significado agora, pelo menos para quem vê de fora, mas elas querem sair, com a mesma intensidade desta tempestade e querem ser sublinhadas, entendidas, desgastadas pela força da mente. continuam aqui, esperando que sufoquem-se sozinhas na destruição deixada por esta chuva pesada.

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