dezembro 29, 2006

desmaterializando-me

aha!
não, não é aquela banda dos anos 80, mas uma interjeição apropriada para esse momento
vejamos: desaparecida pelo tempo de um segundo neste mundo virtual, negligente com os chamados poéticos, ocupada de fazer nada...
e daí?
o que isso tem a ver com os tomates? nada, só me desculpando pelo sumiço repentino.
a forma mudou, moldou outro tipo de escrita que ainda não sei qual
e agora?
ano novo, vida nova, mudança de ares e direções, vamos ver se esse caminho continua colorido e me deixo tornar-me mais terrena.

P.S. Parabéns prá mim! (tem horas que precisamos nos elorgiarmos, faz bem pro ego, ainda mais depois de uma dessa que eu consegui)

2007 ninguém me segura...hahahah


dezembro 13, 2006

no meio do caminho

despedir das flores mortas no jardim
etapa dificil e necessária...
deixar para trás as estrelas do caminho
e procurar por outras mais reais
enfim
tornar-me mais terrena

dezembro 07, 2006

e não é que o novo caminho é bem mais colorido?

novembro 09, 2006

de olhos abertos

insônia de noites uivantes de outono
ocorrem a cada virada da lua
frio cortante inibindo a quietude do corpo
convidam a companhia de um bom cálice de vinho tinto

vozes que acompanham caladas a discussão infrutífera
dentro de um quarto vazio

insônia de pensamentos
passagens pelas aragens de um lugar sem tempo
as estátuas frias com seus véus esvoaçantes
são as únicas a colorir o espaço do quadro negro

quebra cabeça de formas pontiagudas
cortam a massa cinzenta e em câmera lenta
enquanto procuro pelas crateras da lua que parecem aumentar sua profundidade ao olhar.
fixo e castanho

convido-a para uma conversa à toa,
mas ela se esquiva, se derrete com o chegar dos tons rosados das horas que passaram
não tem importância, aguardo pacientemente por sua virada e sua companhia numa dessas outras noites sem tempo que virão...

para contemplar

outra forma de olhar as coisas, uma forma de contemplar e pensar sobre a situação feminina no mundo através do tarô...

-mas a senhora (a papisa) não preferiria ser a primeira?
seguiu-se uma longa pausa.
"você deve ler da esquerda para a direita, com certeza", disse ela finalmente, com os olhos fitos num ponto cerca de trinta centímetros acima da minha cabeça e com vários séculos de profundidade.
-mas, Senhora, seja qual for a direção em que se lê, ao contar, o número um sempre vem primeiro!
"isso é verdade, minha querida", assentiu ela placidamente, "e o número dois vem depois. A matemática foi difícil para mim, também, a princípio, mas a gente logo se acostuma a ela"
-mas sem dúvida é melhor ser primeira?
" ah meu deus!" suspirou ela. "quanto trabalho vocês, modernos, arranjam para si mesmos com toda essa avaliação! Não admira que tenham inventado computadores a fim de trabalharem para vocês."
-quer dizer que a senhora é contra a avaliação? deve achar, então que a gente ser primeira ou segunda dá no mesmo?
"oh, não. É claro que não dá no mesmo. É diferente. Muito diferente. Aí bate o ponto, entende? Nem melhor, nem pior - apenas diferente. cada lugar tem o seu sabor - como as especiarias - ou os perfumes. Gosto de pensar que somos flores - O Mago (que é a primeira carta) uma virga-áurea e eu, uma rosa."
-sim, percebo. Mas há duas coisas que ainda me intrigam. Dizem que Eva foi uma idéia tardia do Criador - a costela de Adão, a senhora sabe. Isso é verdade?
"Tolice! a costela de Adão foi completada antes que ele o fosse. O fato é que Adão só deu por ela mais tarde. Foi isso que aconteceu."
"Tenho aqui uma gravura (...) Por aqui se vê perfeitamente que Eva não é a costela de ninguém! É, antes, uma deusa e, como todos esses seres imortais, nasce adulta - um nascimento milagroso. Atrás dela, ergue-se a sua gloriosa serpente. Não são lindas as duas? Mas Adão está dormindo; não nem sabe que ela existe. Hoje ele começa a despertar para a realidade dela, mas ainda não sabe muita coisa a seu respeito. Na verdade, nem mesmo Eva está plenamente convencida de própria realidade. Se olhar para o rosto dela, você a verá ainda absorta num sonho, colocada, como a Miranda de Shakespeare, no limiar de um Corajoso Mundo Novo."
Salie Nichols - Jung e o tarô: uma jornada arquetípica

novembro 05, 2006

brisa do leste

a brisa vinda do leste indica a hora do vôo, a hora de se trocar os caminhos e pensar na viagem mais colorida. primavera chegou e com ela novos cheiros invadem a casa...
o caminho torna-se mais leve, mais cômodo, mais fresco... o cheiro ocre de terra molhada se torna mais vívido.
vê-se um oásis em meio aquele deserto amarelado e gasto, novas conjunturas astrais se formaram, enterrando de vez a estrela reluzente nessa areia que corta os pés e rostos...
o mentor decidiu, após um tempo sem fim sentado no monte ao léo... existe a terra úmida, existe o cheiro de damas da noite, existe uma terra fértil logo ali, há alguns milhares de quilômetros e vale à pena percorrer este caminho.
as forças já não ladram mais no meio da noite, também não se comportam ao mando de seu mestre, mas entendem a mudança do caminho...mantém-se à espera de um deslize para ladrar, correr, morder, enfim, fazer o escarcéu que praticam há anos a fio... seu mestre sabe disso, e parece mais atento a este novo comportamento de suas belas tigrezas... seus filhotes cresceram e procuraram por novas aragens, ele tenta seguir as marcas deixadas por suas patas, sabe que por elas desenham outro caminho possível de sair deste deserto...
lembra da estrela com carinho, com a consideração de deixar um teusouro escondido aos olhos do mundo, de voltar às terras úmidas sem sua glória, sem seu prêmio que tanto lutou por ter. mas tenta voltar com a cabeça erguida, com a segurança de que o caminho traçado lhe trouxe o maior dos presentes: racionalidade. pode não ser a medida perfeita, mas se mistura facilmente ao mar de emoções incontroláveis que carrega dentro de si. é a pitada essencial para o começo de uma nova terra. é a semente que crescerá como um pé de feijão... será? nem tanto, mas quase isso. só mais alguns milhares de quilômetros...

outubro 26, 2006

batalhas

aprender a perder nas guerras que travamos no cotidiano pode ser uma virtude a se considerar. saber a hora de mover o peão para ser comido antevendo o cheque mate nas próximas duas jogadas também. conhecer as estratagemas do seu oponente nos mínimos detalhes pode ser a chave da sua vitória.

jogar, guerrear, mediar, conciliar são verbos no infinitivo que irritam a alma que segue os caminhos tortuosos da intuição, do sentimento, do coração. Estes são os substantivos que conheço como as linhas das minhas digitais. são minhas estas linhas e são meus estes substantivos. pronomes possessivos que seguem estes substantivos arborescos do cerrado são também de meu conhecimento intenso.

Mick Jagger, que me acompanha nesta jogada, está certo: you can´t always get what you want, but if you try sometimes, you just might find, you get what you need. de forma implícita: so deal with it!

batalhas serão travadas, com muito sangue, tiros de canhão, espadas, fumaça, cercos e grunidos. estarei no front, esperando o ataque do exército inimigo, com adrenalina correndo em minhas veias, pronta para os vários desfechos mortais de minha espada feita de sonhos, ilumidada pela luz de um por de sol dourado, um pouco apagado pelas grandes piras de fogo e fumaça, saberei o momento exato para deferir o golpe final.

mas isso fica para outra batalha, nessa, aprendi a me comportar como uma lady à espera do seu cavaleiro reluzente, bordando e rezando para que tudo acabe bem e ele volte correndo aos meus braços (que visão mais machista!).

todos os movimentos neste tabuleiro estão sendo analisados neste momento, enquanto bordo as flores de uma primavera que está por chegar....

outubro 23, 2006

diferentes formas de olhar 5

só para não perder o costume, mais uma forma de olhar as coisas. Uma música que revela a forma de um amor assim, meio bandido, meio sofrido. Uma letra um pouco mais feminista do que as letras de amor convencionais.

Uma coisa interessante da net é poder, num toque, achar a letra sem muitas complicações, ao contrário de quando começei a aprender a língua inglesa, tinha que ouvir a música várias e várias vezes prá entender o que estava sendo dito e assim alcançar a poesia. Por acaso, também achei a tradução (que é horrível!), o tradutor conseguiu perder todo o poema da música... infelizmente existem pessoas que não conseguem enxergar além das palavras e modismos...

I'm so tired of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play

For I've been a tempteress too long

Yes
Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman

From this time unchained
We're all looking at a different picture
Through this new frame of mind
A thousand flowers could bloom
Move over and give us some room, yeah

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman

So don't you stop being a man
Just take a little look from outside when you can
Sow a little tenderness
No matter if you cry

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman
It's all I wanna be, it's all, a woman

For this is the beginning of forever and ever

It's time to move over
So I wanna be

I'm so tired of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play

For I've been a tempteress too long...

Portishead - Glory Box

de gelo a fogo

o seu calor
veio assim
derrepente,
voraz
ardente

me queimou

roubou
a sensatez
a palavra
a etiqueta
o meu calor...

outubro 20, 2006

estratosfera

que lugar chegar
com a bolha de sabão?
atmosfera

estratosfera
a essa altura que os sonhos se realizam

subir com o vapor quente do balão
empurrado ao léo
esmaecendo o frio e a escuridão da altitude

chegar ao ponto sublime
do desenho de sua face
da forma de suas madeixas
do cheiro cítrico do seu rastro

descer ao inferno completa
subir aos céus pecadora
manter-se na terra humana

- tirado do desmembro-

outubro 19, 2006

escrito pelas estrelas

previsão astrológica para o dia 19 de novembro de 2006:
O que você não quer, o que você teme? O outro alguém só deseja uma chance para se aproximar, para começar algo novo, ou para, quem sabe, pedir perdão pelas frases tortas, por ter batido portas. Você sabe que não fechou a questão, senão não perderia o sono no meio da madrugada, não acenderia luzes para não enxergar as românticas estrelas... (Terra Esotérico - horóscopo de peixes)

será bobeira acreditar nestas coisas escritas pelos astros? será que todos os piscianos passam por esse sentimento no dia de hoje? ou será que a coincidência de se abrir um horóscopo que (quase) nunca se abre existe mesmo? parece que o sexto sentido está aí, gritando aos meus ouvidos e como sempre não querendo ser ouvido. pulguinhas malditas escondidas atrás da orelha que pululam sem parar, sem conseguirem ser pegas pelos dedos carcomidos de nervosismo e amarelados de cigarros light (como se isso fizesse alguma diferença no pulmão).

alguém me disse outro dia que Rubem Alves no início de sua carreira literária escrevia a coluna de hóscopo para um jornal e inventava as previsões. E ria de saber que as pessoas realmente acreditavam no que estava escrito. Sem dúvida alguma seu sarcasmo aparece claro e pleno desde o início...

voltando às inquietudes da alma, pergunto-me aqui, em público (e sob pena de chacota), será? será? opto pelo mais palpável, pelo que o real me proporciona (apesar do real ser também uma montagem de símbolos e portanto, será que é mesmo real?), que essa página está virada, que a colunista fica rindo das vidinhas bestas das aleluias que rondam a lamparina anunciando um dia de chuva.

outra questão: agora que plutão não é mais um planeta, como ficam os signos e suas significações? acho que virei aquário!

outubro 17, 2006

construções

conjunções astrológicas atuam hoje no céu...
será que existe alguma relação com nossas vidas?
não sei, acho que a criação dos símbolos podem fazer essa ponte maluca, acredita quem quer, não é assim que vivemos? cada um com sua crença?
pode até ser que exista essa relação, mas de qualquer jeito, hoje parece um dia interessante, um dia alegre, uma nova era se abrindo nos caminhos dos céus do mundo
uma felicidade inexplicada desde o momento de abrirmos nossos olhos...
aquelas alegrias guardadas na caixinha mirabolante de idéias apontam com cores mais vivas hoje...
a vontade é de cortar essa teia fina e cintilante que me cobre e sair correndo pela floresta adentro, procurando pelas terras úmidas, em direção da minha casa cheia de cheiros...
aceita um cafezinho? acabei de passar...

outubro 12, 2006

diferentes formas de olhar 4

mais uma pérola de um dos meus compositores contemporâneos favoritos... e que encaixa nas inquietudes da alma...

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienem miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienem miedo de subir y miedo de bajar
Tienem miedo de la noche y miedo del azul
Tienem miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienem miedo de reir y miedo de llorar
Tienem miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienem miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da

Lenine - Miedo

outubro 11, 2006

75.

Onde eu pretendo chegar
é um lugar que não se chama pelo nome

- Martha Medeiros, Poesia Reunida -

outubro 06, 2006

indagações

mudanças de rumos,
pulgas atrás da orelha, e são muitas...
parece que a sensibilidade de um velho mundo recém descoberto vem à tona...
sexto sentido? não... apenas um lampejo de entender as coisas como elas são.

setembro 25, 2006

a questão geográfica

A coisa sobre a qual a Geografia se dedica, seus dados, são os fatos da ára (areal facts). É sobre isso que a geografia sempre fala. É do conhecimento do mundo como ele existe nos lugares. Como é o mundo - ou como nós vemos o mundo - dividindo em lugares e regiões, esta é a questão geográfica (...) o estudo do lugar é a matéria prima da geografia, porque a consciência do lugar é uma parte imediatamente aparente da realidade e não uma tese sofisticada (...) o conhecimento do lugar é um simples fato da experiência (lukermann, 1964: 167-168)

A nós!

hexacampeão! hexacampeão!
oito horas da manhã, depois de mais uma fatídiga noite de segunda feira procurando algo de muito interessante prá fazer nesta cidade tão métrópole quanto interiorana, voltamos ao ponto de encontro para subir os créditos de mais um filme B...
para começar, apenas um filmezinho de ação, com atores maravilhosos em suas poucas roupas e corpos exuberantes, com um jeitinho de cara mau, mas com o coração mole... segundo passo: procurar bares que não sejam apenas de casais (afinal, é dia dos namorados e somos três amigas comemorando nosso triângulo amoroso), gasta-se meio tanque de gasolina, procurando bares e mais bares, pessoas e diversões, papos e alegrias, fechando um a um, até voltar para nosso ponto preferido...
bom dia! bom trabalho! o Brasil vai ser hexacampeão!
risadas e mais risadas, até gargalhadas...
um engraxate passa por lá e pergunta se gostaria de engraxar minhas botas: sim, por que não? já é de manhã e seu preço me parece acessível... no meio de várias baforadas do segundo maço de cigarro comprado ali mesmo... ele começa a engraxar, contar sua vida de retirante do interior que deixou vários filhos com suas várias mulheres por esta terra de montanhas... não se apegam nestes valores nesta hora do dia, a reflexão aparece depois, em uma das conversas nostálgicas...
risadas, bom dia, bom trabalho e mais Hexacampeão! ... lá se vão mais algumas garrafas de caracu...
fim de mais uma noite passada em claro, de mais um dia dedicado a Baco...
um ciclo que se esvai com as gargalhadas e os olhares cortantes dos transeuntes...
uma despedida sem saber que ela em si representa o fim desse ciclo... a volta para uma londres eduardiana, esquecendo-se das roupas de folhas tropicais... lembranças boas apenas e a consciência que aproveitamos nossa amizade juvenil...
A nós!

setembro 15, 2006

diferentes formas de olhar 3

mais uma das coisas bonitas que ando procurando prá dar cheiro de terra molhada...


São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem protejer ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Cazuza e Gilberto Gil - Um trem para as estrelas

setembro 13, 2006

diferentes formas de olhar 2

mais uma vez, citando um grande artista contemporâneo que traduz muito das inquietudes da alma...

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais
como estrelas que brilham em paz

lenine - o silêncio das estrelas

setembro 10, 2006

funeral de dias imersos

dias imersos de solidão se esvasiam nas horas quentes desta primavera iniciante
correntes do golfo voltam a aquecer a terra que se mantinha infértil abaixo das grossas camadas de neve
passarinhos começam a cantar empoleirados nos fios, olhando a velhinha que volta da feira carregando sua sacolas de frutas e cheiros
mudanças astrológicas se anunciam com a cor anil do céu de meio dia
um tapete de misótis emoldura a alameda cinzenta de outrora
ouvem-se passos chegando dos dias amargos que se encerram no final da tarde cor-de rosa...

last shades of sunset

Winter time
it´s not so cold
but it feels freezing inside

sitting down on a bench
watching the sunset
waiting for the colour of the night
to embrace me
to confort me

shades of deep blue
sparkled with withe sugar candies
to warm my soul
in this cold winter days...

setembro 07, 2006

o grito do ipiranga

não quero ser gata borralheira ou princesinha
não quero ser mais uma tempestade tropical
quero ser algo fixo no horizonte,
algo certo e palpável
algo morno

quero a certeza, a dureza e a voracidade da vida cotidiana
quero que se mesclem com a minha correnteza, minha volatilidade, minha inconstância

quero sedimentar-me, afim de criar raizes, de criar juízo (por que ciso já tenho), de criar possibilidades infinitas e finitas de uma coisa diferente deste caminho que trilhei.

quero ser inteira e meia
quero ser rainha e sudita
quero ser mulher
quero ser uma pessoa linda
quero ser de verdade

setembro 06, 2006

frases inúteis

minha vida é como um conto de fadas...
sou a gata borralheira,
e vou continuar assim...

agosto 26, 2006

notas de um caminho ainda desconhecido

caminhadas, viagens, coincidências...
vortex de emoções
olho do furacão

a brisa da noite desmanchou o caminho de novo...redesenhou linhas, criou perspectivas que agradam aos olhos. A estrela perdida no deserto continua lá, mas o cheiro de terra se torna mais vívido...ainda parece miragem, mas parece palpável...

olhar campos verdes, mar de montanhas ao invés deste deseto amarelado como páginas gastas de um livro antigo que se revive há tanto tempo. Deixar esta terra de ninguém (ou de todos) e procurar por novas aragens.

caminhada de muitos passos
de muito trabalho
de muita solidão
mas é só minha
minha necessidade de procurar um pedaçinho de terra prá ser minha, criar roseiras, ervas de cheiro, caracóis e borboletas

criar asas
criar raizes
criar!

agosto 23, 2006

respostas de cá

não adianta,
os destroços da tempestade estão aí, flutuando nos lagos, nos mares, soltos e remexidos na terra.
No momento em que se vê esta insólita paisagem, as lembranças de dias tranquilos vêem à tona...tomam forma e a vontade de se manter inteiro se desmancha.
Um bichinho de pelúcia, com um lacinho vermelho no pescoço, sujo de terra, intacto da destruição, no meio da casa no chão, me desmorona.
Apenas uma visão do que era antes, a lembrança do que se passou a pouco tempo, a dor que isso trouxe, me faz pensar em sumir desta terra de deus. Apenas um encontro com o passado, com os sonhos rasgados, me faz querer desaparecer na névoa...
Palavras que não conseguem ser ditas, engasgadas dentro da garganta, não apresentam nenhum significado agora, pelo menos para quem vê de fora, mas elas querem sair, com a mesma intensidade desta tempestade e querem ser sublinhadas, entendidas, desgastadas pela força da mente. continuam aqui, esperando que sufoquem-se sozinhas na destruição deixada por esta chuva pesada.

agosto 19, 2006

notícias de lá

A tempestade tropical Lupit ataca novamente a população da micronésia. Transforma o vilarejo chamado formosa em uma imensidão de restos de construção. Mudanças estruturais ocorreram juntamente com a chuva impetuosa e a fúria do mar. Hoje se vê apenas a devastação, pessoas desaparecidas dentro da imensidão do mar, casas destruídas, árvores arrancadas, carros destroçados. O choro das crianças à procura de suas mães ecoa sobre a terra.

Apesar da demolição, o desespero e a tempestade passaram, o vento do leste traz o cheiro doce da brisa do mar ao entardecer. O sol tenta atravessar a espessura das carregadas nuvens cinzentas, ainda não consegue, mas traz a esperança de reconstrução.

agosto 16, 2006

diferentes formas de olhar

cansada de escrever sobre o mesmo tema,
muda-se prá outra forma de poesia,
a música pode inspirar até mesmo os corações mais dilacerados.
tá aí uma que pode mostrar um pouco de que eu quero do mundo.

O que é bonito
É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a hora
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça

O que é bonito - lenine

agosto 15, 2006

28

Vou andando devagar
olhando para um lado
para o outro
rindo ali, pensando aqui
de repente
vejo você na minha frente
e até pararia de andar
se você não fosse
estacionamento proibido

- Martha Medeiros, Poesia Reunida-

agosto 14, 2006

constâncias

pungente
pulsante

cheiro de naftalina do armário que invade a casa insistentemente...
não há como mudar, não há como esquecer...
apenas esperar passar...
até que não se incomode com o cheiro nauseante que ela exala...

incessante
inconstante

espera-se a conformação,
espera-se a alienação,
espera-se a completa exaustão...

agosto 12, 2006

desenhos 4

As forças ladraram a noite inteira, ameaçaram fugir, atormentar novos fantasmas. Agora, mantêm-se quietas, observando o horizonte neste calor insuportável, procurando por formas dispersas que passam pela névoa criada pelo vapor da terra...

Respeitam o silêncio imposto por seu mestre, curiosas tentam enxergar o que se passa no pensamento dele, que sentado ali, num monte adiante, completamente desprotegido de possíveis predadores, procura por uma estrela caída neste deserto sem fim...

Está cansado, rugas se formam lentamente em seu rosto, acompanhando o tempo de seus pensamentos. Está vestido de roupas suadas deste calor infernal. Carrega consigo apenas uma pedra: um simples olho de tigre, para espantar possíveis mal-olhados de pessoas que por ventura se atrevam a caminhar por esta solidão amarelada...

O sol castiga a pele, a alma, mas continua ali, procurando a estrela. Sabe que ela existe, mas não consegue sentir sua energia, não sabe por onde procurar. Pensa, racionaliza, formula teorias, caminhos, desenhos e novas linhas, mas a brisa da noite que raramente passa por lá desmancha todos os seus desenhos... tem que começar de novo... pensa, racionaliza, desenha novos caminhos.

Pergunta-se se não deve desistir da estrela e procurar por aquele cheiro de terra úmida que pensou ter sentido há tempos atrás. Não quer, tem esperança, mas tem dúvidas. Agora quer a noite envolvente, quer a brisa que ela traz, quer a luz da lua para envolvê-lo em outras cores. Espera ansiosamente pela noite, ela pode trazer novas formas de desenhar os caminhos...

agosto 10, 2006

teias

aranhas pelas paredes
sobem incansavelmente para suas teias de ilusão
cheinhas de mosquitinhos prontos para serem devorados!
cada qual com suas teias mais bonitas, desenhadas pacientemente, à espera do que elas podem trazer...
reluzem nesta lua cheia, brilham cintilantes... prata, amarelo, verde, azul, vermelho...
acompanham o desenho da brisa, o perfume da dama entorpencente do anoitecer....
caminham, uma a uma, imaginado sua presa suculenta à espera do seu encontro final.
céu limpo, as estrelas adormecem nas teias, embalando os pobres mortais que se degladeiam inutilmente da última cartada...
pelas paredes...
tudo se silencia naquele momento de extase...
depois descansam, já pensando qual a próxima teia a ser desenhada...

agosto 09, 2006

desenhos 3

As borboletas renasceram
nada de novo no horizonte
o caminho continua apontando para o deserto sem fim
as forças se mantêm presas...
continua escuro
começam a borboletar de novo...
sensação de estanhamento...
suas asas ainda úmidas de vida nova
mal sabem elas o fim que as aguardam
a lua começa a despontar no horizonte, ao longe...
os mares de além mudam a direção de suas ondas, com a brisa que chega do leste
os caminhos continuam os mesmos...
as forças dormem solenemente depois de um dia exaustivo de discussão
será que o deserto chegou ao fim? ou o que sinto é uma miragem de um cheiro ocre de terra úmida?
só as forças poderão me contar...
por enquanto me guio por elas
quem sabe elas não se comportam? tão dóceis quanto tigresas que lambem a sua nova ninhada...

agosto 06, 2006

possessividade

noites falidas...
vontades inacabas...
suspense...
drogas, alcool, rock n' roll...
válvula de espape de mim...
desejo de ser o outro...
de possuir o outro, ser dono, saber seus pensamentos
incognita
olhos de lince borrados de rímel, sem conseguir enxergar um palmo a frente
escuridão
inconsciente a flor da pele
sem razão prá estar ali...
apenas um desejo de fugir de mim...
incomodada por saber a razão e não poder mudá-la...
não poder fazer o mundo girar sobre meu umbigo...
possessividade...
alma machucada...

agosto 04, 2006

insanidade à flor da pele

mais um daqueles dias femininos...
ataques histéricos com direito a choradeira non sense!
vai entender a bioquimica...
insanidade à flor da pele!
nós mulheres realmente temos um pezinho lá no galba veloso, só pode...
não dá prá entender porque esta mudança hormonal nos transforma em outras personas...
neste ponto, deixamos de ser pessoas racionais e com controle emocional para nos tornarmos loucas! choradeiras, ataques histéricos, patadas, sensação de desequilíbrio, dor de cabeça, seios inchados... seja qualquer um dos sintomas, todas sofremos ao menos com uma porcentagem (às vezes mais altas) que nos desmoralizam na frente até de nossas amigas... até pagar os maiores micos somos capazes de fazer, apenas por uma contrariada na lógica regente do dia...
vai entender a bioquimica...
mas sem isso não haveria a possibilidade do outro dia trazer gargalhadas das estapafúrdias que fazemos...o melhor dessa história toda!
no mais, gerais!

agosto 01, 2006

desenhos 2

As linhas se delineiam de novo, não pelo caminho mais fácil de ser percorrido, ou pelo mais desejado entre os viajantes de mil léguas...
as borboletas começam a desmanchar suas asas, caídas uma a uma, por uma tristeza de saber que não poderão viver para sempre...
novos caminhos se abrem naquela direção, sobre um deserto árido e sem qualquer sinal de chegar ao fim.
Enfim, podemos imaginar que controlamos as forças, mas elas estão por aí, prontas para fugirem da coleira e desmanchar as linhas já traçadas pelo caminho...
nos resta esperar, sem qualquer tipo de guia ou luz prá nos acompanhar, solitários apenas, absortos em nossos próprios fantasmas, até que as forças nos venham pregar peças de novo...

julho 29, 2006

...

Devo admitir, me fez chorar...
Chocada entre tantos (des)amores que passam num vai e vem sem fim. Mais um forte desejo incontrolável dos homens em amar profundamente o véu de estátuas frias em suas faces melancólicas.
Cada amor existe como um cristal de gelo que se derrete lentamente em um dia de outono. será sempre assim? procurar por estátuas frias no meio de tantas carnes quentes e cheias de ternuras?

desenhos

traços, desenhos, caminhos...
linhas que se cruzam além mar...
o vôo das borboletas continua a me ponto de me incomodar....
mais uma vez se repete a lógica inconstante do mundo...
forças que não se podem controlar,
borboletas que continuam batendo suas asas incessantemente...
razões que não fazem sentido na calada da noite...
passam-se os mares e as linhas se desfazem
novos caminhos se delineiam...
até quando? quando as borboletas vão embora? quando as linhas irão se delinear de novo?
podia ser agora, podia ser passional, podia passar...

julho 27, 2006

amizades

grandes amizades crescem num jardim regado de muito respeito e carinho. Pessoas assim, como estas, são esseciais para mim...

julho 23, 2006

coisas do passado

um dia, ouvindo no rádio, uma lembrança apareceu no caminho, me tirou a atenção... os carros, transeuntes, sinais, luzes, a rua transformaram-se apenas em objetos dentro de uma imensidão inseridos numa canção... coisas do passado que retornam com significados, assim, do nada...

Nightie Night

Love
As we close our eyes
Nightie Night
Love
Whisper no goodbyes
Nightie night

Night
The night is an ocean
Where love can get lost at sea
Good night
When you awaken
I pray you'll remember me

Love
As you fall asleep
Nightie night
My love
Don't you fall too deep
Nightie night

Night
The night is a desert
A desert that we must cross
Good night
I pray that this moment
Will never be lost
Never be lost...

Marina Lima e Pat McDonald

velocidade

pessoas passam, carros devoram o caminho reto e certo, rotulado com sua velocidade, marcado, delimitado. quebrar barreiras, correr, andar, respirar, viver, nascer de novo, fugir desta forma alucinada de regras...
um brinde a quem tem a coragem de fugir da velocidade incerta da cidade! ela me fascina, me monta e desmonta, sou apenas mais uma no meio da multidão, mas sinto um apelo...sou viciada por esta coisa tão ilógica e orgânica de cidade...

-tirado do desmembro-
meu primeiro escrito público que me fez alavancar a vontade de escrever mais...

mudança de rumo

A vida tem vezes que nos surpreende mesmo...
pode não ser perfeita, mas funciona de alguma forma harmoniosa,
ciclos que vem e voltam,
TPMs intermináveis que no meio na loucura nos transformam,
mudam de cara, de horrorosa, inexorável, para maravilhosa, inexplicavelmente cintilante.
Dias pesados e cinzentos passam, num piscar de olhos, para leves e multicoloridos...
Dias assim nos fazem pensar que vale à pena continuar aqui, tentando continuar nesta batalha diária, só para ter, de vez em quando, pequenos prazeres mundanos... alegrias não anunciadas... conversas e danças, alegria, endorfina... coisas que fazem bem ao coração e a mente.
Deve-se saber aproveitar esses momentos e guardá-los na caixinha mirabolante de idéias, para lembrar ao longo do tempo, em doses homeopáticas, quando os tempos tendem a se tornar pesados e cinzentos...

julho 22, 2006

Eu não sou eu, nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro
- Mário de Sá Carneiro, 1914 - poeta português

julho 21, 2006

amor proibido

numa noite fria,

a menina se despiu de seus pudores

amou...

amou tanto que este amor tornou-se proibido

tornou-se então uma mulher, como tantas outras

marcada pela incerteza de um estado opressor

marcada pela escolha de uma vida

livre! mas não se sente assim...

sentia como um pedaço de carne ilegal

sujo de sangue e mentiras

sujo de preconceitos..mesmos os seus

tornou-se então mulher...

com seus segredos...como tantas outras

que se calam e amarguram sozinhas

a escolha de serem elas mesmas

com valores e pudores

com amores e decisões

enfim, mulheres, como tantas outras...

mais do mesmo...

É preciso que o espaço, ao mesmo tempo natural e social, prático e simbólico, apareça povoado (significante e significado) de uma “realidade” superior, por exemplo, a Luz (a do sol, da lua, dos astros), oposta às trevas, à noite, conseqüentemente, à morte, luz identificada ao Verdadeiro, à vida, portanto, ao pensamento e ao saber, e, por mediações incertas, ao poder existente. - henri levebvre

julho 20, 2006

dia de chuva

Hoje, contrapondo a conversa de mulher, preciso mais do que uma razão prá ser mulher, na realidade, mais de uma razão prá passar por este dia de chuva...

Hoje, não tem um canto de bem-te-vi na minha janela, nem a velinha pasando com a sua sacola de verduras...

Hoje, a rua não me passa conforto, segurança... a minha cama me parece mais acolhedora, ou talvez a banheira... junto com um copo de vinho tinto, um blues ao fundo...billie holliday talvez, algo que me traga um pouco de águas salgadas.... um alivio para as dores que carrego dentro de mim...

Hoje, a vida não me parece palpável....

julho 18, 2006

errata

queria aqui modificar uma definição:
'i´m a natural hazard' é um termo que traduzido para o português fica muito pejorativo.
Não, eu não sou um desastre natural! (viu? não fica muito pejorativo?)
Na realidade, seria melhor traduzir literalmente o que significa Lupit: de acordo com o Google, lupit é um 'typhoon', (o que é isso? na minha pequena experiência com a língua inglesa?). Collins já adverte que é uma tempestade tropical de alto poder destrutivo.
Acho que este termo expressa com dramaticidade o que eu sou de vez em quando... uma tempestade!

julho 16, 2006

conversa de mulher

De um dia assim... chato, cinza, sem graça pode surgir coisas mais verdadeiras dentro de uma amizade. Um respeito e confidências que nunca pensaríamos fazer num dia comum. comer pipoca, conversar sobre o que vem a cabeça... aliviar pensamentos e fantasmas que andam nos assombrando por algum tempo... enfim... aquela tão falada conversa de mulher!

Ah, como é bom ser mulher! hoje deixo meus pensamentos e convicções depressivas pro lado e repito: como é bom ser mulher! e de ter mulheres ao nosso lado! Somos maravilhosas, poderosas, cheias de segredos e magias, que muitos homens não conseguem nem sonhar... somos seres complexos e cheios de luz. Me desculpe Beth Gibbons... hoje, não preciso de razão nenhuma prá ser mulher....

Pois é, aquela tão famosa e "mal-falada" conversa de mulher é tão boa! boa por sabermos que temos pessoas que gostamos ao nosso lado, que nos ouvem, brigam com a gente, de ter um carinho ali do outro, enfim, de ter amigas, e amigas do peito... do coração mesmo...

julho 15, 2006

todos os lugares são virtualmente mundiais - Milton Santos

pequenas indagações de um dia produtivo de estudos

Ah, o espaço....
mas o que é o espaço?
ainda não sei...
só sei que me fascina, sempre me fascinou...
Gastei quatro anos tentando entender, ainda não compreendi completamente esta imensidão de conceitos e teorias, não é apenas espaço físico? não, não é mais...é espaço de redes... pontos fixos em um horizonte vasto de informações... cadê as pessoas, cadê as relações? ainda continuam, mudando com o fluxo do capital...
Escrevo aqui e milhares de pessoas podem ver, poucas podem entender, afinal a comunicação ainda não se tornou global...
ah, o espaço..
Que negocinho mais complicado fui arranjar de gostar!
E o lugar? modificou-se, tornou-se progressista, seguindo a linha do capital, não há mais fronteiras, não há mais delimitações.
E o papel do geógrafo? cadê? sumiu? não, modificou-se, agora não é só o fisico do lugar onde se vive, é o global a partir de uma imagem de satélite...
abraçamos o mundo! conquistamos o mundo de uma só vez! é só apertar um botãozinho que tá ali...
O mundo, imenso, gigante, rodando, azul, cinza, marrom...azul, cinza, marrom...
Olha lá...um edifício, um carro, uma placa! eu não conheço esta parte do mundo... conheço sim! acabei de ver ali, na tela do computador, me apropriei desse lugar, desse edifício, agora ele vive no meu mundo, junto com a placa e o carro, mais os lugares e pessoas que conheci por aí...
Mais uma parte de um quebra cabeça.

julho 11, 2006

i am a natural hazard!


Depois que fiz este blog (não há muito tempo), descobri que meu apelido era mais comum do que imaginava.
Descobri que era uma palavra em uma lingua desconhecida para mim.
Com tempo nas mãos (como estou ultimamente e muito mal gastos..hehehe) resolvi procurar o que significava lupit, ou pelo menos qual era a lingua.
Bom, descobri que sou uma tempestade tropical da micronésia com ventos de 194 km por hora!!!
Uau! que potência! porém destrutiva... não, não sou assim, só quando quero, e ultimamente a vida tem sido muito generosa comigo, portanto estou em paz...
Fofolete, você me acertou de cheio com este apelido...ah menina!

julho 09, 2006

The first time i saw you...i felt a strange sensation…something i couldn’t explain at the time…something warm, something tender…but it wasn’t love…something in the air made you look backwards, thought the yard of beautiful roses...the air was just perfect, a nice summer breeze to fade way the warm sun…clear skies, not a single cloud, just a intense tone of blue, crossed by a nightingale that look upon us and smile… who’s that girl, as white as the moonlight, and yet so gray for the sorrows that shown thought her eyes…who’s that girl with long arms, caring a basket of blood color roses...with a beautiful green lace holding her shining black hair... I followed her just for a second, she felt my steps, heavy as a brick in clear waters… she stopped, turned around again…and as she looked thought my soul, frizzed my heart, my legs, took my strength away…I felt in the grass, graciously in ecstasy… she looked at me… torn my soul with a single look... what is she? is she real? must be an falling angel…she kept walking...went thought her way of sorrows, deceptions and a large collection of broken hearts… she went as gray and white she could be… as warm and tender as her body could stand…a vision of my paradise…

julho 08, 2006

a ira

se a ira fosse um bicho que crescesse com a rapidez do pensamento

o meu bichano estaria já velinho, crescido no tempo de um segundo....

ainda bem que são bichinhos dentro da cabeça...

imagina,

como seria a vida com todos esses bichanos passeando por aí?

olá dona ira, como a senhora está hoje?

ah..eu vou bem querida, mas tome cuidado, a minha prima que chegou ontem tá querendo comer seu rabo...

mas logo eu, dona ira? eu não fiz nada pra ninguém...

ah..seu castigo tá a caminho... pode ter certeza que alguém te viu jogando pedra na cruz... que vergonha... tsc, tsc, tsc

e assim seria, eu sem meu rabo, o carteiro sem a orelha, o ingrato sem o coração....