outubro 26, 2006

batalhas

aprender a perder nas guerras que travamos no cotidiano pode ser uma virtude a se considerar. saber a hora de mover o peão para ser comido antevendo o cheque mate nas próximas duas jogadas também. conhecer as estratagemas do seu oponente nos mínimos detalhes pode ser a chave da sua vitória.

jogar, guerrear, mediar, conciliar são verbos no infinitivo que irritam a alma que segue os caminhos tortuosos da intuição, do sentimento, do coração. Estes são os substantivos que conheço como as linhas das minhas digitais. são minhas estas linhas e são meus estes substantivos. pronomes possessivos que seguem estes substantivos arborescos do cerrado são também de meu conhecimento intenso.

Mick Jagger, que me acompanha nesta jogada, está certo: you can´t always get what you want, but if you try sometimes, you just might find, you get what you need. de forma implícita: so deal with it!

batalhas serão travadas, com muito sangue, tiros de canhão, espadas, fumaça, cercos e grunidos. estarei no front, esperando o ataque do exército inimigo, com adrenalina correndo em minhas veias, pronta para os vários desfechos mortais de minha espada feita de sonhos, ilumidada pela luz de um por de sol dourado, um pouco apagado pelas grandes piras de fogo e fumaça, saberei o momento exato para deferir o golpe final.

mas isso fica para outra batalha, nessa, aprendi a me comportar como uma lady à espera do seu cavaleiro reluzente, bordando e rezando para que tudo acabe bem e ele volte correndo aos meus braços (que visão mais machista!).

todos os movimentos neste tabuleiro estão sendo analisados neste momento, enquanto bordo as flores de uma primavera que está por chegar....

outubro 23, 2006

diferentes formas de olhar 5

só para não perder o costume, mais uma forma de olhar as coisas. Uma música que revela a forma de um amor assim, meio bandido, meio sofrido. Uma letra um pouco mais feminista do que as letras de amor convencionais.

Uma coisa interessante da net é poder, num toque, achar a letra sem muitas complicações, ao contrário de quando começei a aprender a língua inglesa, tinha que ouvir a música várias e várias vezes prá entender o que estava sendo dito e assim alcançar a poesia. Por acaso, também achei a tradução (que é horrível!), o tradutor conseguiu perder todo o poema da música... infelizmente existem pessoas que não conseguem enxergar além das palavras e modismos...

I'm so tired of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play

For I've been a tempteress too long

Yes
Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman

From this time unchained
We're all looking at a different picture
Through this new frame of mind
A thousand flowers could bloom
Move over and give us some room, yeah

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman

So don't you stop being a man
Just take a little look from outside when you can
Sow a little tenderness
No matter if you cry

Give me a reason to love you
Give me a reason to be... a woman
I just wanna be a woman
It's all I wanna be, it's all, a woman

For this is the beginning of forever and ever

It's time to move over
So I wanna be

I'm so tired of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play

For I've been a tempteress too long...

Portishead - Glory Box

de gelo a fogo

o seu calor
veio assim
derrepente,
voraz
ardente

me queimou

roubou
a sensatez
a palavra
a etiqueta
o meu calor...

outubro 20, 2006

estratosfera

que lugar chegar
com a bolha de sabão?
atmosfera

estratosfera
a essa altura que os sonhos se realizam

subir com o vapor quente do balão
empurrado ao léo
esmaecendo o frio e a escuridão da altitude

chegar ao ponto sublime
do desenho de sua face
da forma de suas madeixas
do cheiro cítrico do seu rastro

descer ao inferno completa
subir aos céus pecadora
manter-se na terra humana

- tirado do desmembro-

outubro 19, 2006

escrito pelas estrelas

previsão astrológica para o dia 19 de novembro de 2006:
O que você não quer, o que você teme? O outro alguém só deseja uma chance para se aproximar, para começar algo novo, ou para, quem sabe, pedir perdão pelas frases tortas, por ter batido portas. Você sabe que não fechou a questão, senão não perderia o sono no meio da madrugada, não acenderia luzes para não enxergar as românticas estrelas... (Terra Esotérico - horóscopo de peixes)

será bobeira acreditar nestas coisas escritas pelos astros? será que todos os piscianos passam por esse sentimento no dia de hoje? ou será que a coincidência de se abrir um horóscopo que (quase) nunca se abre existe mesmo? parece que o sexto sentido está aí, gritando aos meus ouvidos e como sempre não querendo ser ouvido. pulguinhas malditas escondidas atrás da orelha que pululam sem parar, sem conseguirem ser pegas pelos dedos carcomidos de nervosismo e amarelados de cigarros light (como se isso fizesse alguma diferença no pulmão).

alguém me disse outro dia que Rubem Alves no início de sua carreira literária escrevia a coluna de hóscopo para um jornal e inventava as previsões. E ria de saber que as pessoas realmente acreditavam no que estava escrito. Sem dúvida alguma seu sarcasmo aparece claro e pleno desde o início...

voltando às inquietudes da alma, pergunto-me aqui, em público (e sob pena de chacota), será? será? opto pelo mais palpável, pelo que o real me proporciona (apesar do real ser também uma montagem de símbolos e portanto, será que é mesmo real?), que essa página está virada, que a colunista fica rindo das vidinhas bestas das aleluias que rondam a lamparina anunciando um dia de chuva.

outra questão: agora que plutão não é mais um planeta, como ficam os signos e suas significações? acho que virei aquário!

outubro 17, 2006

construções

conjunções astrológicas atuam hoje no céu...
será que existe alguma relação com nossas vidas?
não sei, acho que a criação dos símbolos podem fazer essa ponte maluca, acredita quem quer, não é assim que vivemos? cada um com sua crença?
pode até ser que exista essa relação, mas de qualquer jeito, hoje parece um dia interessante, um dia alegre, uma nova era se abrindo nos caminhos dos céus do mundo
uma felicidade inexplicada desde o momento de abrirmos nossos olhos...
aquelas alegrias guardadas na caixinha mirabolante de idéias apontam com cores mais vivas hoje...
a vontade é de cortar essa teia fina e cintilante que me cobre e sair correndo pela floresta adentro, procurando pelas terras úmidas, em direção da minha casa cheia de cheiros...
aceita um cafezinho? acabei de passar...

outubro 12, 2006

diferentes formas de olhar 4

mais uma pérola de um dos meus compositores contemporâneos favoritos... e que encaixa nas inquietudes da alma...

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienem miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienem miedo de subir y miedo de bajar
Tienem miedo de la noche y miedo del azul
Tienem miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienem miedo de reir y miedo de llorar
Tienem miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienem miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da

Lenine - Miedo

outubro 11, 2006

75.

Onde eu pretendo chegar
é um lugar que não se chama pelo nome

- Martha Medeiros, Poesia Reunida -

outubro 06, 2006

indagações

mudanças de rumos,
pulgas atrás da orelha, e são muitas...
parece que a sensibilidade de um velho mundo recém descoberto vem à tona...
sexto sentido? não... apenas um lampejo de entender as coisas como elas são.