julho 29, 2006

...

Devo admitir, me fez chorar...
Chocada entre tantos (des)amores que passam num vai e vem sem fim. Mais um forte desejo incontrolável dos homens em amar profundamente o véu de estátuas frias em suas faces melancólicas.
Cada amor existe como um cristal de gelo que se derrete lentamente em um dia de outono. será sempre assim? procurar por estátuas frias no meio de tantas carnes quentes e cheias de ternuras?

desenhos

traços, desenhos, caminhos...
linhas que se cruzam além mar...
o vôo das borboletas continua a me ponto de me incomodar....
mais uma vez se repete a lógica inconstante do mundo...
forças que não se podem controlar,
borboletas que continuam batendo suas asas incessantemente...
razões que não fazem sentido na calada da noite...
passam-se os mares e as linhas se desfazem
novos caminhos se delineiam...
até quando? quando as borboletas vão embora? quando as linhas irão se delinear de novo?
podia ser agora, podia ser passional, podia passar...

julho 27, 2006

amizades

grandes amizades crescem num jardim regado de muito respeito e carinho. Pessoas assim, como estas, são esseciais para mim...

julho 23, 2006

coisas do passado

um dia, ouvindo no rádio, uma lembrança apareceu no caminho, me tirou a atenção... os carros, transeuntes, sinais, luzes, a rua transformaram-se apenas em objetos dentro de uma imensidão inseridos numa canção... coisas do passado que retornam com significados, assim, do nada...

Nightie Night

Love
As we close our eyes
Nightie Night
Love
Whisper no goodbyes
Nightie night

Night
The night is an ocean
Where love can get lost at sea
Good night
When you awaken
I pray you'll remember me

Love
As you fall asleep
Nightie night
My love
Don't you fall too deep
Nightie night

Night
The night is a desert
A desert that we must cross
Good night
I pray that this moment
Will never be lost
Never be lost...

Marina Lima e Pat McDonald

velocidade

pessoas passam, carros devoram o caminho reto e certo, rotulado com sua velocidade, marcado, delimitado. quebrar barreiras, correr, andar, respirar, viver, nascer de novo, fugir desta forma alucinada de regras...
um brinde a quem tem a coragem de fugir da velocidade incerta da cidade! ela me fascina, me monta e desmonta, sou apenas mais uma no meio da multidão, mas sinto um apelo...sou viciada por esta coisa tão ilógica e orgânica de cidade...

-tirado do desmembro-
meu primeiro escrito público que me fez alavancar a vontade de escrever mais...

mudança de rumo

A vida tem vezes que nos surpreende mesmo...
pode não ser perfeita, mas funciona de alguma forma harmoniosa,
ciclos que vem e voltam,
TPMs intermináveis que no meio na loucura nos transformam,
mudam de cara, de horrorosa, inexorável, para maravilhosa, inexplicavelmente cintilante.
Dias pesados e cinzentos passam, num piscar de olhos, para leves e multicoloridos...
Dias assim nos fazem pensar que vale à pena continuar aqui, tentando continuar nesta batalha diária, só para ter, de vez em quando, pequenos prazeres mundanos... alegrias não anunciadas... conversas e danças, alegria, endorfina... coisas que fazem bem ao coração e a mente.
Deve-se saber aproveitar esses momentos e guardá-los na caixinha mirabolante de idéias, para lembrar ao longo do tempo, em doses homeopáticas, quando os tempos tendem a se tornar pesados e cinzentos...

julho 22, 2006

Eu não sou eu, nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro
- Mário de Sá Carneiro, 1914 - poeta português

julho 21, 2006

amor proibido

numa noite fria,

a menina se despiu de seus pudores

amou...

amou tanto que este amor tornou-se proibido

tornou-se então uma mulher, como tantas outras

marcada pela incerteza de um estado opressor

marcada pela escolha de uma vida

livre! mas não se sente assim...

sentia como um pedaço de carne ilegal

sujo de sangue e mentiras

sujo de preconceitos..mesmos os seus

tornou-se então mulher...

com seus segredos...como tantas outras

que se calam e amarguram sozinhas

a escolha de serem elas mesmas

com valores e pudores

com amores e decisões

enfim, mulheres, como tantas outras...

mais do mesmo...

É preciso que o espaço, ao mesmo tempo natural e social, prático e simbólico, apareça povoado (significante e significado) de uma “realidade” superior, por exemplo, a Luz (a do sol, da lua, dos astros), oposta às trevas, à noite, conseqüentemente, à morte, luz identificada ao Verdadeiro, à vida, portanto, ao pensamento e ao saber, e, por mediações incertas, ao poder existente. - henri levebvre

julho 20, 2006

dia de chuva

Hoje, contrapondo a conversa de mulher, preciso mais do que uma razão prá ser mulher, na realidade, mais de uma razão prá passar por este dia de chuva...

Hoje, não tem um canto de bem-te-vi na minha janela, nem a velinha pasando com a sua sacola de verduras...

Hoje, a rua não me passa conforto, segurança... a minha cama me parece mais acolhedora, ou talvez a banheira... junto com um copo de vinho tinto, um blues ao fundo...billie holliday talvez, algo que me traga um pouco de águas salgadas.... um alivio para as dores que carrego dentro de mim...

Hoje, a vida não me parece palpável....

julho 18, 2006

errata

queria aqui modificar uma definição:
'i´m a natural hazard' é um termo que traduzido para o português fica muito pejorativo.
Não, eu não sou um desastre natural! (viu? não fica muito pejorativo?)
Na realidade, seria melhor traduzir literalmente o que significa Lupit: de acordo com o Google, lupit é um 'typhoon', (o que é isso? na minha pequena experiência com a língua inglesa?). Collins já adverte que é uma tempestade tropical de alto poder destrutivo.
Acho que este termo expressa com dramaticidade o que eu sou de vez em quando... uma tempestade!

julho 16, 2006

conversa de mulher

De um dia assim... chato, cinza, sem graça pode surgir coisas mais verdadeiras dentro de uma amizade. Um respeito e confidências que nunca pensaríamos fazer num dia comum. comer pipoca, conversar sobre o que vem a cabeça... aliviar pensamentos e fantasmas que andam nos assombrando por algum tempo... enfim... aquela tão falada conversa de mulher!

Ah, como é bom ser mulher! hoje deixo meus pensamentos e convicções depressivas pro lado e repito: como é bom ser mulher! e de ter mulheres ao nosso lado! Somos maravilhosas, poderosas, cheias de segredos e magias, que muitos homens não conseguem nem sonhar... somos seres complexos e cheios de luz. Me desculpe Beth Gibbons... hoje, não preciso de razão nenhuma prá ser mulher....

Pois é, aquela tão famosa e "mal-falada" conversa de mulher é tão boa! boa por sabermos que temos pessoas que gostamos ao nosso lado, que nos ouvem, brigam com a gente, de ter um carinho ali do outro, enfim, de ter amigas, e amigas do peito... do coração mesmo...

julho 15, 2006

todos os lugares são virtualmente mundiais - Milton Santos

pequenas indagações de um dia produtivo de estudos

Ah, o espaço....
mas o que é o espaço?
ainda não sei...
só sei que me fascina, sempre me fascinou...
Gastei quatro anos tentando entender, ainda não compreendi completamente esta imensidão de conceitos e teorias, não é apenas espaço físico? não, não é mais...é espaço de redes... pontos fixos em um horizonte vasto de informações... cadê as pessoas, cadê as relações? ainda continuam, mudando com o fluxo do capital...
Escrevo aqui e milhares de pessoas podem ver, poucas podem entender, afinal a comunicação ainda não se tornou global...
ah, o espaço..
Que negocinho mais complicado fui arranjar de gostar!
E o lugar? modificou-se, tornou-se progressista, seguindo a linha do capital, não há mais fronteiras, não há mais delimitações.
E o papel do geógrafo? cadê? sumiu? não, modificou-se, agora não é só o fisico do lugar onde se vive, é o global a partir de uma imagem de satélite...
abraçamos o mundo! conquistamos o mundo de uma só vez! é só apertar um botãozinho que tá ali...
O mundo, imenso, gigante, rodando, azul, cinza, marrom...azul, cinza, marrom...
Olha lá...um edifício, um carro, uma placa! eu não conheço esta parte do mundo... conheço sim! acabei de ver ali, na tela do computador, me apropriei desse lugar, desse edifício, agora ele vive no meu mundo, junto com a placa e o carro, mais os lugares e pessoas que conheci por aí...
Mais uma parte de um quebra cabeça.

julho 11, 2006

i am a natural hazard!


Depois que fiz este blog (não há muito tempo), descobri que meu apelido era mais comum do que imaginava.
Descobri que era uma palavra em uma lingua desconhecida para mim.
Com tempo nas mãos (como estou ultimamente e muito mal gastos..hehehe) resolvi procurar o que significava lupit, ou pelo menos qual era a lingua.
Bom, descobri que sou uma tempestade tropical da micronésia com ventos de 194 km por hora!!!
Uau! que potência! porém destrutiva... não, não sou assim, só quando quero, e ultimamente a vida tem sido muito generosa comigo, portanto estou em paz...
Fofolete, você me acertou de cheio com este apelido...ah menina!

julho 09, 2006

The first time i saw you...i felt a strange sensation…something i couldn’t explain at the time…something warm, something tender…but it wasn’t love…something in the air made you look backwards, thought the yard of beautiful roses...the air was just perfect, a nice summer breeze to fade way the warm sun…clear skies, not a single cloud, just a intense tone of blue, crossed by a nightingale that look upon us and smile… who’s that girl, as white as the moonlight, and yet so gray for the sorrows that shown thought her eyes…who’s that girl with long arms, caring a basket of blood color roses...with a beautiful green lace holding her shining black hair... I followed her just for a second, she felt my steps, heavy as a brick in clear waters… she stopped, turned around again…and as she looked thought my soul, frizzed my heart, my legs, took my strength away…I felt in the grass, graciously in ecstasy… she looked at me… torn my soul with a single look... what is she? is she real? must be an falling angel…she kept walking...went thought her way of sorrows, deceptions and a large collection of broken hearts… she went as gray and white she could be… as warm and tender as her body could stand…a vision of my paradise…

julho 08, 2006

a ira

se a ira fosse um bicho que crescesse com a rapidez do pensamento

o meu bichano estaria já velinho, crescido no tempo de um segundo....

ainda bem que são bichinhos dentro da cabeça...

imagina,

como seria a vida com todos esses bichanos passeando por aí?

olá dona ira, como a senhora está hoje?

ah..eu vou bem querida, mas tome cuidado, a minha prima que chegou ontem tá querendo comer seu rabo...

mas logo eu, dona ira? eu não fiz nada pra ninguém...

ah..seu castigo tá a caminho... pode ter certeza que alguém te viu jogando pedra na cruz... que vergonha... tsc, tsc, tsc

e assim seria, eu sem meu rabo, o carteiro sem a orelha, o ingrato sem o coração....